“Gilmar Mendes sai em defesa de Alexandre de Moraes e ataca Sergio Moro em novo capítulo da guerra judicial”

Ministro do STF critica postura de Moro e elogia colega em entrevista que reacende debate sobre ativismo judicial no Brasil

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reacendeu nesta sexta-feira (12) o intenso debate sobre os limites entre Justiça e política no Brasil. Em entrevista ao Brasil 247, o magistrado saiu em defesa do colega Alexandre de Moraes e disparou críticas contundentes ao ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), em mais um capítulo da tensão histórica entre o Judiciário e figuras políticas.

Com seu estilo caracteristicamente combativo, Gilmar não poupou palavras ao analisar a trajetória de Moro:

“O ministro Moro cometeu graves equívocos em sua atuação na Lava Jato, com condenações que depois caíram por terra. Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes tem atuado com rigor técnico e dentro da lei”, afirmou.

A declaração refere-se ao caso Lula, quando condenações do ex-presidente foram anuladas pelo STF por suspeita de parcialidade de Moro. O tom do ministro revela a profunda divisão no sistema de Justiça brasileiro, onde dois modelos de atuação judicial se confrontam:

  1. O chamado “ativismo judicial” de Moraes
  2. A postura “law and order” de Moro

O timing das declarações não é casual. O debate ocorre em um momento em que:

✔ Alexandre de Moraes enfrenta críticas por decisões sobre censura em redes sociais
✔ Sergio Moro se prepara para possível candidatura em 2026
✔ O STF vê crescer pressão por reformas no Judiciário

Analistas políticos ouvidos pela reportagem apontam três efeitos concretos desta nova escalada verbal:

  1. Fortalecimento da posição de Moraes no STF
  2. Desgaste para Moro no cenário eleitoral
  3. Pressão por reformas que limitem poderes do Judiciário

“Esse tipo de declaração acende o debate sobre quem deve ter a última palavra em uma democracia: juízes eleitos indiretamente ou representantes do povo”, pondera o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.